Perseguia apressado a porta 44 do aeroporto da Portela, tendo já passado por infinitos tapetes rolantes que pareciam levar-me num caminho sem fim.
Relembro muitas vezes esta sensação de indefinição e vazio no inicio das viagens, que habitualmente, precedidas de despedidas, acabam como um vaguear de barco à deriva que só encontra ancoradouro no banco do avião.
De repente lembrei-me que tinha prometido levar um livro do Nicholas Sparks e lá voltei eu pelo mesmo caminho, até encontrar o fim junto a um sorriso de sotaque brasileiro que me sugeriu um belíssimo livro de capa dura com toques azulados, enfeitado com letras rosa. Dizia: “A minha casa é o teu coração” da Margarida Rebelo Pinto.
Foi mesmo esse que me acompanhou ao banco ao avião com umas palavras simpáticas de boa viagem.
Acabou por ser a minha companhia durante as oito horas da viagem. Mais perto do céu, entre as nuvens, percorri de um realce, narrativas do quotidiano que não são mais do que retratos breves do álbum da nossa vida. Uma imagem que nos mergulha na cumplicidade das relações da condição humana e nos mostra o difícil mundo dos afectos.
De toque feminista, deixando em pequenas histórias um entendimento acerca do amor:
“Ouve a voz do teu coração, mas não deixes mais ninguém ouvir…fala com o teu coração, mas não esperes que ele te diga sempre o que queres ouvir”.
"O amor está antes e depois de tudo porque
há sempre uma nova forma de viver.
O amor está em cada gesto que fazemos,
tem as cores da amizade, da devoção,
O amor está em cada gesto que fazemos,
tem as cores da amizade, da devoção,
da maternidade, da família, do trabalho,
da casa, da vida de todos os dias."
Foram umas momentos agradáveis, misturado entre a leveza da descrição e a ironia da vida.
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